quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Preso entre a espada e a dura parede
Qual é a diferença entre violência e graça?
O interior de um caixão é silencioso
Tal como a ciência da fé.
Não podes começar como novo sem quadros limpos.
Tenho sempre o mesmo sonho
Logo antes de dormir hesito.
Hesito.
Estou com “aquele” outro menino, dentro de mim.
Mesmo antes do clarão
Começo a dizer:“Espera, espera, espera”.
Mas tudo o que sai de minha boca é silêncio
E já é demasiado tarde
Porque tenho fumo nos olhos
Mas ainda tento procurar por outra vida.
Outra vida, outra vida, outra vida.
Entretanto, estou preso,
Entre os brancos e negros e ciganos e todas as outras etnias.
E prisões com bolsas de estudo completas.
Entre vidas por terra como pinos de bowling
E comigo a tentar bater-me a mim próprio
Porque somos quem somos
Ofuscados pela beleza e pela beligerância
Pela ternura e raiva
Pela assimetria dos nossos afectos,
Somos mais do que a soma de nós próprios
A distância entre as ruas, e,
Aquela casa de campo na minha cabeça
É a distância entre um gradão e portão
O espaço entre mim e o caminho da rectidão
Está cheio de justiça escarnecida e maus modos
Neste momento,
O stress de loucos é sinal de sanidade mental
Fracciona e parte em pedaços o meu ser.
Em caixas de contorção e de presente
Quero agitar o guião diante de cães e raposas
Todos os esforços e trabalhos extras
Parecem esquecidos
Estou sempre a ser projectado
Para a parábola da Montanha e Maomé
Rejeito instantaneamente a queda livre…… os dois picos
Há esperança por cá
E medo no resto
Só tenho os meus miolos e coração
Mas isso é só conforto frio
Só tenho fé, em mim, nada mais
Mas as escalas vão para as segundas escolhas
Tudo estava calmo antes
Mas agora toda a minha vida
Assumiu a forma de uma questão.
Mas tudo estava calmo antes
Mas agora toda a minha vida
Assumiu a forma duma questão.

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